ÁREAS DO CONHECIMENTO

ÁREAS DO CONHECIMENTO

Seguindo as concepções de educação que buscam o pleno desenvolvimento dos educandos como sujeitos sociais e historicamente situados, e tomando como referência os princípios que regem a LDB 9394/96, os CMEIs se organizam de maneira a respeitar as diferenças entre os alunos em suas necessidades, buscando levá-los a níveis cada vez mais altos de aprendizagem, utilizando como base os Eixos Articuladores permeados pela linguagem que são: científico; ético-político; sócio-ambiental e estético-cultural.

a) Eixo científico – abrange: a linguagem em suas variadas formas, os conhecimentos gerais, a compreensão dos processos da natureza e da sociedade, a superação do senso comum pela compreensão dos conceitos científicos e do processo de formação humana histórico-social.

b) Eixo ético-político – abrange: os valores éticos-morais-políticos; as relações entre o público e o privado, os meios de comunicação de massa, as relações de poder, as atividades de reflexão consciente sobre os fatos humanos, os valores coletivos e individuais.

c) Eixo sócio-ambiental – abrange: a exploração e a preservação dos recursos naturais – conseqüências da degradação do meio ambiente – hábitos, atitudes e valores – ambiente familiar, escolar e social – a valorização do homem e da cultura.

d) Eixo estético-cultural – abrange: a compreensão das várias expressões culturais, o acesso à produção artística – cultural que melhor represente a cultura nacional em seus aspectos histórico-sociais.

Os Eixos Articuladores se envolvem entre si, favorecendo o trabalho interdisciplinar entre os conteúdos que deverão ser trabalhados de acordo com a necessidade de cada turma, levando em consideração a realidade em que estão inseridos, assim, os conteúdos devem estar contextualizados para terem significação para a criança. Dentre os conteúdos, os professores necessitam trabalhar a linguagem oral, linguagem escrita, arte, música, linguagem corporal, linguagem matemática e estudo da natureza e sociedade.

A linguagem acontece socialmente por meio da oralidade, leitura, escrita, desenho, escultura, mímica, movimentos, representações corporais, som e música. Parafraseando Vygotsky, a linguagem é fundamental para o desenvolvimento humano, englobando todas as estruturas psicológicas superiores da criança, onde a mesma se relaciona com o meio social e cultural, convivendo com as diversas formas de expressão e vai elaborando a linguagem mais elaborada. O trabalho com a linguagem oral busca oferecer às crianças a ampliação da capacidade de comunicar-se, bem como, colabora para a formação e organização do pensamento. Por isso, as crianças necessitam falar nas mais diversas situações (contar fatos e histórias, transmitir recados, explicar um jogo, etc.), onde aprende a verbalizar pela interação com o outro.

A linguagem escrita compreende os gestos, o brinquedo e o desenho, onde desde pequena está em contato com a linguagem escrita (livros, jornais, embalagens, cartazes, placas de ônibus, outdoors, etc.), elaborando conceitos a partir de experiências do dia-a-dia, e ao entrar na escola a criança amplia esses conhecimentos por meio de atividades significativas de interação e elaboração.

Sendo assim a Arte constitui-se nas diversas linguagens, expressando, comunicando e atribuindo às sensações, aos sentimentos, aos pensamentos e à realidade, por meio de diversas manifestações como forma de se expressar e comunicar. Além disso, considera-se que desenhar é fundamental, pois para a criança as garatujas e os rabiscos têm significação, e gradativamente vão compreendendo a função social da escrita e começam a utilizar o código escrito para comunicar suas idéias.

Outro fator relevante a ser trabalhado na Educação Infantil é a música, propondo vinculação entre sensações, prazer e ritmo e favorecendo o processo de desenvolvimento da comunicação oral e expressão corporal para interagir com o mundo. Com isso, se faz necessário que o professor cante melodias, cantigas, brincadeiras cantadas, com rimas, poesias, contos, parlendas, etc., pois as crianças, nesta fase possuem um verdadeiro fascínio por tais atividades e sons.

A Linguagem Corporal também apresenta grande relevância, uma vez que o movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. O movimento contempla muitas funções e manifestações do ato motor, desenvolvendo motricidade, refletindo sobre as posturas corporais e ampliando os conhecimentos relacionados a cultura corporal da criança. Sendo assim, é importante trabalhar os conhecimentos da psicomotricidade, assegurando o desenvolvimento funcional, afetivo e motor, por meio de atividades que envolvam a educação dos movimentos com as funções intelectuais, pois para que uma criança desenvolva aspectos de leitura e escrita é necessário desenvolver funções específicas de Coordenação Global, Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial/Temporal, Discriminação Visual e Auditiva.

A Linguagem Matemática está presente desde muito cedo entre as crianças pequenas, quando manipulam objetos identificando propriedades, contando quantidades, agrupando e classificando. O conhecimento matemático não deve ser memorizados, mas sim assimilados por meio de experimentos e exploração, compreendendo o conceito de número, sua função e o seu uso na vida social, em atividades diversificadas (distribuição de materiais e tarefas na sala de aula, formação de grupos), possibilitando o contato com os elementos espaciais e numéricos, onde a criança organiza as estruturas do pensamento.

O Estudo da Natureza e Sociedade envolve temas relacionados ao mundo social e natural, enriquecendo a curiosidade pelas experiências e explorando o ambiente social e físico, com trabalhos sobre a história da cultura humana e da vida cotidiana em sociedade, além disso os fenômenos que ocorrem na natureza, as transformações feitas pelo ser humano e as mudanças climáticas.

Após o desenvolvimento destes conteúdos, estando articulados entre si, é necessário realizar um processo avaliativo, buscando averiguar se os objetivos propostos foram atingidos. E de acordo com a Proposta Pedagógica, a avaliação deve ser um processo diagnóstico, proporcionando reflexão sobre o trabalho desenvolvido, almejando a verdadeira apreensão dos educandos. Com isso a avaliação deve priorizar os níveis de complexidade de um mesmo conteúdo, a realização das atividades em momentos corriqueiros e/ou exclusivos, as produções cotidianas dos alunos, definindo claramente os objetivos e conteúdos avaliados, bem como os meios mais adequados para avaliação, observando sempre a constatação, a reflexão e a superação do problema.

A avaliação mostra ao professor o resultado de seu trabalho, servindo de parâmetro para o planejamento de suas atividades, e ainda buscando estratégias para atender os alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem. Dessa forma o professor deve apropriar-se de diversos instrumentos de avaliação, para ter informações sobre o processo educativo da criança e sobre o seu próprio trabalho, utilizando: Portifólio, que se trata de uma coleção de itens que revela conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do desenvolvimento e aprendizagem da criança; Caderno do aluno, onde o professor poderá observar a utilização do espaço, senso crítico estético na organização e utilização dos diversos materiais para realizar as atividades propostas e a exteriorização dos conteúdos ensinados através de registros que produz nesse caderno; Atividades específicas, planejadas com o objetivo de avaliar um conteúdo em si (produção de texto, desenho, pintura, jogo, colagem, dobradura, entre outros). Além disso, o professor necessita utilizar de instrumentos de registro, que contemplam o caderno de registro da turma, onde anota diariamente fatos ocorridos durante o processo educativo (conquistas, avanços e dificuldades); Parecer Descritivo Bimestral, descrevendo informações específicas sobre o educando, sendo organizado considerando a relação e interação da criança com (educador, turma de crianças, família), sendo realizado bimestralmente e em casos de transferências.